Karnak celebra 30 anos de experimentação sonora com novo álbum

Banda paulistana retorna com trabalho inspirado em fita demo perdida, misturando influências dos anos 80 e narrativa lúdica

Fundada em 1992 por André Abujamra após uma viagem pelo mundo coletando sons e influências diversas, a Karnak se consolidou como uma das bandas mais inventivas do rock experimental. Combinando elementos de rock, pop, música eletrônica e ritmos tradicionais brasileiros, o grupo conquistou o público não apenas com a sonoridade, mas também com performances teatrais, figurinos coloridos e improvisos cômicos, criando shows que são verdadeiros espetáculos cênico-musicais.

Em setembro, a banda lança Karnal Mesozóiko, um álbum inspirado em uma fita demo supostamente perdida de 1987, encontrada nos escombros de um prédio na Alemanha. Com 11 faixas, incluindo o single “Eu Só Nasci”, que aborda desigualdade social e o acaso do nascimento, e “Carlevindo é Boy”, homenagem aos videogames clássicos Atari e Game Boy, o disco combina estética dos anos 80 com narrativa lúdica e experimental. O clipe de “Carlevindo é Boy”, dirigido por Indio SAN, mostra a interação entre um menino e um robô, reforçando a mistura de humor e inventividade que sempre caracterizou a Karnak.

O primeiro álbum homônimo da banda, lançado em 1995, contou com participações de grandes nomes como Chico César, Tom Zé e Lulu Santos, e logo foi reconhecido pela crítica, recebendo o título de melhor grupo musical pela Associação Paulista de Críticos de Artes. Décadas depois, a Rolling Stone internacional ainda destacou o disco como um dos melhores álbuns de rock latino, consolidando o Karnak como referência de inovação e experimentação na música brasileira.

O novo projeto reafirma o legado da banda: mais de três décadas de experimentação, fusão de estilos e performances teatrais que fizeram da Karnak uma das formações mais originais da música brasileira, capaz de dialogar com novas gerações sem perder sua essência inovadora.