A MUBI, plataforma global de streaming e distribuição de filmes, apresenta a coleção Nasce Uma Estrela: Músicos nas Telas, que celebra uma tradição tão antiga quanto o próprio cinema: a presença de músicos que, além de suas carreiras nos palcos, encontraram no audiovisual um território fértil de reinvenção artística.
Desde os primórdios de Hollywood, astros da música foram convidados a atravessar a tela. Elvis Presley, Frank Sinatra e Barbra Streisand já provaram que o carisma cultivado nos palcos também podia se traduzir em papéis marcantes no cinema. A curadoria da MUBI parte dessa herança histórica para iluminar escolhas mais ousadas e autorais, em que ídolos do pop e do rock se transformaram em personagens complexos, muitas vezes em parcerias com cineastas visionários.
Um dos exemplos mais emblemáticos é Madonna, que em Procura-se Susan Desesperadamente (1985) encarnou um papel praticamente desenhado para seu estilo punk-pop dos anos 80, consolidando sua imagem como ícone cultural também nas telas. Da mesma geração, Cher rompeu estereótipos ao trocar o brilho dos palcos pelo drama cotidiano em Feitiço da Lua (1987), papel que lhe rendeu o Oscar® de Melhor Atriz.
A coleção também destaca a afinidade entre o cinema independente e músicos outsiders. Tom Waits, em Down By Law (1986), e Iggy Pop, em Dead Man (1995), emprestaram suas personas artísticas a personagens marginais que ampliam o caráter poético e anárquico dos filmes de Jim Jarmusch. Já David Bowie, em Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992), intensificou o mistério surreal de David Lynch com uma performance breve, porém inesquecível.
Outro momento de impacto é a atuação de Björk em Dançando no Escuro (2000), de Lars von Trier. Sua interpretação de uma mãe solo prestes a perder a visão trouxe uma dimensão emocional rara, em um híbrido de musical e drama social que marcou a história do cinema contemporâneo. Mais recentemente, Alana Haim, do trio pop HAIM, protagonizou Licorice Pizza (2021), de Paul Thomas Anderson, evocando a nostalgia da juventude californiana dos anos 1970.
Mais do que uma seleção de filmes, Nasce Uma Estrela: Músicos nas Telas funciona como uma reflexão sobre como a música e o cinema dialogam em diferentes gerações. Para a MUBI, músicos no cinema não são apenas celebridades convidadas, mas artistas que expandem suas linguagens e se abrem a novas formas de expressão — sempre em colaboração com diretores que souberam explorar suas presenças de maneira singular.
A coleção já está disponível na plataforma e reafirma o olhar curatorial da MUBI, que aposta em obras visionárias e na interseção entre culturas, mostrando que a história do cinema não pode ser contada sem os ecos da música.