A música brasileira em 2025 é um mosaico sonoro cada vez mais difícil de rotular. A nova playlist do Spotify, “Escolha dos Editores: Melhores do Ano Até Agora”, reflete exatamente essa fluidez. Ao reunir 50 faixas que vão do funk e do rap ao sertanejo, passando pela MPB, piseiro e experimentações eletrônicas, a curadoria mostra que o país vive um momento em que estilos outrora distantes agora dividem o mesmo espaço.
Se nos anos 2000 era comum enxergar fronteiras rígidas entre os gêneros, a seleção aponta para uma música que dialoga com o tempo presente: colaborativa, múltipla e aberta. Exemplos disso aparecem em parcerias como DUDA BEAT com Tz da Coronel, que une o pop alternativo ao trap, ou BaianaSystem com Dino d’Santiago, que atravessa o Atlântico com sua sonoridade afro-lusófona.
Esse cruzamento não significa perda de identidade, mas sim a construção de novas referências. Artistas de longa trajetória, como Cleber Augusto e Péricles, aparecem ao lado de jovens nomes do trap como Kyan e KayBlack, sugerindo que tradição e inovação coexistem sem hierarquia. A playlist é, assim, um retrato fiel do Brasil contemporâneo: diverso, plural e em constante reinvenção.
Mais do que mapear tendências, a lista traz à tona uma ideia central: a música brasileira já não se organiza por caixinhas de gênero, mas por experiências sonoras que se complementam e conversam com diferentes públicos ao mesmo tempo.