Da Geração Z às multidões do sertanejo: como o Spotify equilibra nichos e massas em sua nova curadoria

A lista “Melhores do Ano Até Agora” revela como diferentes públicos se encontram em uma mesma playlist — do rap digital ao romantismo popular.

O lançamento da playlist editorial do Spotify aponta para outro fenômeno relevante: a convivência entre nichos e massas em um mesmo espaço. De um lado, artistas que falam diretamente com a Geração Z e têm enorme presença no TikTok e no YouTube, como Veigh, Ryu The Runner e MC Marks. Do outro, nomes consolidados que arrastam multidões nos palcos do sertanejo e do forró, como Simone Mendes, Zé Neto & Cristiano e João Gomes.

Essa combinação revela que a música brasileira não é definida por um único público, mas pela sobreposição de camadas de consumo. O fã de rap digital pode estar distante do fã de sertanejo, mas ambos se encontram numa playlist que espelha o que o país produz de mais relevante. É um retrato que une diferentes linguagens, cada uma com sua força e impacto.

Para além dos extremos, há ainda o espaço ocupado por vozes da cena alternativa, como Rachel Reis, Carol Biazin e Jadsa, que conquistam ouvintes mais ligados à MPB contemporânea e ao indie-pop. Esses nomes encontram, na curadoria, um lugar de visibilidade em meio ao mainstream.

No fim, a playlist serve como um ponto de convergência: prova de que a música brasileira em 2025 é feita tanto para o consumo imediato quanto para escutas mais atentas, atendendo públicos distintos, mas igualmente apaixonados.