Conheça Manu Napolitano: a artista que constrói pontes entre Brasil e Europa através da música

EP Colorir, em parceria com Ana Costa, une samba jazz, MPB e poesia em um trabalho que valoriza a presença feminina e atravessa fronteiras culturais.

A música é uma linguagem sem fronteiras, e a trajetória da violonista, cantora e compositora ítalo-venezuelana Manu Napolitano é a prova disso. Apaixonada pelo Brasil e por sua riqueza cultural, a artista encontrou no país um espaço fértil para expandir sua obra e estabelecer diálogos artísticos profundos. Seu mais recente projeto cheio é o EP Colorir, lançado em parceria com a cantora e compositora brasileira Ana Costa, que une samba jazz, MPB e poesia em um trabalho que fala de questões sociais e universais.

Radicada entre diferentes países e com um percurso que a levou da Europa à China e até à Amazônia, Manu é também etnomusicóloga e traz para sua música uma vivência plural. Já trabalhou com povos indígenas, como o Shuar, no Equador, e dedicou parte de sua obra a causas humanitárias e de resistência. Em Colorir, esse espírito ganha corpo não apenas na sonoridade, mas também no encontro entre mulheres instrumentistas que compartilham histórias e afetos através da arte.

Gravado no Rio de Janeiro, no Estúdio Lontra Music, o EP foi produzido por Ana Costa e contou com a participação de grandes instrumentistas brasileiras, todas mulheres. Entre elas, estão Maíra Freitas (piano), Marfa Kurakina (baixo), Geiza Carvalho (percussão) e Carol Chaves (flauta). A escolha reflete a busca por um trabalho colaborativo que valoriza a presença feminina na música, além de reafirmar a potência de Manu como compositora e violonista clássica.

O single que dá nome ao projeto nasceu inicialmente como trilha sonora para um curta-metragem sobre crianças de rua em Bogotá. Ao ser traduzida para o português e interpretada no Brasil, a canção ganhou novas camadas de significado, mostrando como a música pode atravessar geografias e ainda assim manter sua essência transformadora. Essa capacidade de transitar entre contextos é uma marca do trabalho de Manu, que também já compôs faixas em homenagem a figuras como Marielle Franco (Muitas Marias) e aos pracinhas brasileiros que lutaram na Segunda Guerra (La sarta).

Com Colorir, Manu Napolitano reafirma seu lugar como uma artista que faz da música uma ponte cultural entre continentes, revelando que, mais do que estilos ou fronteiras, o que importa é a capacidade de emocionar e de criar vínculos através da arte.