Videoteca Musicalidade: Nirvana

Cinco videoclipes que transformaram a estética e a linguagem de uma geração

“Smells Like Teen Spirit” (1991)

Dirigido por Samuel Bayer, o clipe se passa em um ginásio escolar decadente que se transforma em uma rebelião estudantil. As cheerleaders sombrias e o caos instaurado entre os jovens refletem perfeitamente a energia de desencanto da Geração X. Mais que um vídeo, virou o marco zero do grunge como fenômeno cultural.

“Come as You Are” (1992)

Com fotografia enevoada e efeitos aquáticos, o vídeo aposta no surrealismo para criar uma atmosfera hipnótica. Essa estética traduz a melancolia da faixa e reforça a aura misteriosa de Kurt Cobain, que já era visto como porta-voz relutante de sua geração.

“In Bloom” (1992)

Inspirado em programas de auditório dos anos 1960, mostra a banda vestida de forma comportada em um cenário retrô, contrastando com a agressividade sonora. É uma ironia explícita à forma como o mainstream consumia Nirvana sem compreender sua essência crítica.

“Heart-Shaped Box” (1993)

Sob direção de Anton Corbijn, é um dos clipes mais artísticos do rock. Repleto de metáforas visuais — de fetos a crucifixos e campos de papoula —, expõe os temas recorrentes de Cobain: dor, religião, mortalidade e contradições da vida moderna.

“The Man Who Sold the World” (MTV Unplugged, 1993)

Na versão intimista da canção de David Bowie, Cobain canta cercado por flores e velas, em tons alaranjados que evocam tanto aconchego quanto despedida. O registro audiovisual é hoje símbolo da vulnerabilidade do artista, eternizado meses antes de sua morte.