A Musicalidade de Vitor Ramil

A “Estética do Frio” transforma o regionalismo gaúcho em uma linguagem universal e delicada

Vitor Ramil desenvolveu uma linguagem musical única que ele mesmo define como “Estética do Frio”. Essa estética integra a poesia com regionalismo, ressignificando a tradição gaúcha em algo universal, delicado e profundo.

Astronauta Lírico

Do álbum Ramilonga (1997), traz lirismo e reflexão sobre deslocamento e identidade. Ney Matogrosso lançou uma versão poderosa.

Estrela, Estrela

Composta quando tinha apenas 18 anos, foi faixa-título de seu primeiro álbum (Estrela, Estrela, 1980) e se tornou um dos clássicos mais pedidos em seus shows. A versão de Gal Costa no álbum Fantasia também ajudou a popularizá-la.

Joquim

Incluída no álbum Tango (1987), é uma transcrição criativa da canção americana “Joey” (com música de Bob Dylan e letra de Jacques Levy). Ramil reimagina o tema, transformando-o num mito pelotense que exalta o inventor Joaquim da Costa Fonseca Filho.

Foi no Mês que Vem

Também presente em Tambong (2000), conta com a colaboração de Egberto Gismonti. A faixa aparece após seu primeiro disco e foi revisitada no projeto Foi no mês que vem (2013), que revisita sua carreira com estética minimalista e intimista.

Loucos de Cara

Última faixa do disco Tango (1987), reflexiona sobre liberdade e consciência com versos surrealistas e poéticos. A expressão “louco de cara” significa “doido sem droga” e ressalta a naturalidade da loucura criativa.