Em 2016, uma cena viralizou na internet e mudou para sempre a vida de uma estudante de música. Durante uma masterclass na NYU, Pharrell Williams foi convidado a ouvir e criticar composições de alunos. Ao se deparar com uma canção de Maggie Rogers, o produtor ficou visivelmente emocionado e declarou: “I have zero, zero, zero notes for that.” O vídeo correu o mundo, revelando ao grande público uma artista que unia folk, eletrônica e pop com frescor e autenticidade.
Maggie Rogers, nascida em 1994 em Easton, Maryland, já tinha um histórico sólido antes desse viral com Pharrell. Multi-instrumentista desde criança, cresceu entre a música clássica, o folk e as influências do soul de Erykah Badu e Lauryn Hill. Ainda adolescente, compôs seus primeiros álbuns independentes — The Echo (2012) e Blood Ballet (2014). Mas foi a mistura inusitada de sua formação folk com batidas eletrônicas, descoberta em viagens e experiências pessoais, que lhe deu identidade e abriu caminho para o estrelato.
Depois do sucesso repentino, Maggie assinou com a Capitol Records e lançou o EP Now That the Light Is Fading (2017), consolidando sua reputação como uma das vozes mais originais de sua geração. Em 2019, veio o aguardado álbum Heard It in a Past Life, que estreou em segundo lugar na Billboard 200 e a levou a uma indicação ao Grammy de Artista Revelação. Desde então, ela expandiu sua paleta sonora em Surrender (2022) e Don’t Forget Me (2024), trabalhos em que combinou visceralidade lírica e experimentação.
O que diferencia Maggie Rogers de muitos contemporâneos é sua relação entre música e espiritualidade. Em 2022, concluiu um mestrado em religião e vida pública em Harvard, estudando o poder dos encontros coletivos e a ética do pop. Essa vivência se refletiu diretamente em suas canções, que equilibram catarse emocional com consciência crítica.
Hoje, Maggie é considerada não apenas uma artista pop em ascensão, mas uma pensadora sobre a função da música na sociedade. Seus shows, festivais lotados e colaborações — como com Phoebe Bridgers e Zach Bryan — comprovam seu alcance global. Do momento íntimo em uma sala de aula em Nova York ao palco dos maiores festivais do mundo, Maggie Rogers construiu uma trajetória que é, ao mesmo tempo, a história de uma carreira meteórica e de uma artista que nunca deixou de buscar profundidade no que faz.