Atos solo no K-pop: de J-Hope a Rosé e Jennie, a força individual que redefine o gênero

Com turnês milionárias e recordes de streaming, artistas do K-pop consolidam carreiras individuais sem abrir mão do impacto coletivo

O K-pop nasceu como um fenômeno de grupos, mas os números mais recentes mostram que seus atos solo estão reescrevendo as regras da indústria. O caso de J-Hope é emblemático: segundo dados divulgados pela Digital Music News, sua turnê “Hope on the Stage” foi responsável por quase 40% da receita de shows da Hybe no segundo trimestre de 2025, o equivalente a 75,5 bilhões de won — cerca de 10% de todo o faturamento da empresa. Em apenas 16 cidades, o rapper atraiu meio milhão de fãs e provou que um integrante pode sustentar sozinho um ciclo de arrecadação antes exclusivo dos grupos.

Essa tendência não é isolada. Fora da Hybe, Rosé e Jennie, do Blackpink, mostram como o movimento solo pode alcançar dimensões globais. “APT.”, colaboração de Rosé com Bruno Mars, ultrapassou 1 bilhão de streams no Spotify em 100 dias, quebrou recordes no YouTube e liderou as paradas globais da Billboard. Já “Like Jennie” colocou Jennie no topo do mercado com mais de 470 milhões de reproduções no Spotify e destaque no Billboard Global 200. Cada lançamento individual não só amplia a relevância das artistas, como também diversifica as receitas e projeta carreiras independentes de seus grupos.

O elo entre esses exemplos é claro: no momento em que o K-pop busca longevidade, os atos solo se tornam não apenas complemento, mas parte central do modelo de negócios. Se antes gravadoras e investidores apostavam quase exclusivamente na força coletiva, hoje a lógica se expande para que cada artista, em carreira individual, sustente turnês milionárias, quebre recordes de streaming e mantenha o gênero competitivo na escala global. Ao que tudo indica, o futuro do K-pop dependerá tanto da energia dos grupos quanto da autonomia e do alcance que seus integrantes podem conquistar sozinhos.