Balaclava Records e a consolidação de uma cena indie nacional

Selo paulistano se firma como celeiro de artistas que transitam entre o underground e o pop alternativo, revelando nomes como Apeles, Terno Rei, Terraplana e Paira

Nos últimos anos, o selo Balaclava Records se tornou sinônimo de renovação no indie brasileiro. Mais do que uma gravadora, o coletivo paulista opera como uma rede de apoio artístico e estético, oferecendo espaço para músicos que buscam experimentar entre a introspecção do folk, a densidade shoegaze e a energia de um indie cada vez mais conectado com a eletrônica. Apeles, Terno Rei, Terraplana e Paira são exemplos recentes de como a Balaclava tem se consolidado como plataforma de projeção nacional e, em alguns casos, internacional.

Apeles, projeto de Eduardo Praça, é um dos nomes mais sólidos dessa trajetória. Com álbuns que exploram atmosferas melancólicas, o artista lançou recentemente Cru, registro que revisita composições em formato minimalista, voz e violão, em tom intimista. Já o Terno Rei alcançou status de banda geracional com o álbum Violeta, apontado como divisor de águas na cena alternativa brasileira e porta de entrada para novos ouvintes.

Mais recentes, a Terraplana e o duo mineiro Paira representam a nova fase do selo. Enquanto a Terraplana traz camadas de guitarras etéreas e referências shoegaze que conquistam fãs de sonoridades densas e oníricas, a Paira aposta numa fusão ousada entre rock e música eletrônica, criando faixas que transitam entre o emo, o dream pop e o trip hop. Essa diversidade mostra a força do catálogo Balaclava em capturar o espírito de uma geração de artistas que se recusa a caber em rótulos.

O papel do selo é crucial não apenas na difusão musical, mas também no fortalecimento de um circuito independente. Com festivais, coletâneas e parcerias, a Balaclava constrói uma cena que hoje disputa espaço com o mainstream e coloca o Brasil no mapa global do indie, em diálogo direto com o que é produzido em mercados como o norte-americano e o europeu.