Born to Run mudou a história do rock e a vida de Bruce Springsteen

Álbum de 1975 consolidou Bruce como “a voz do homem comum” e se tornou um marco na música

Segundo análise publicada pelo jornal espanhol El País, o álbum Born to Run foi o ponto de virada definitivo na carreira de Bruce Springsteen e na história do rock. Em 1975, com apenas 25 anos, o cantor enfrentava uma pressão enorme: seus dois primeiros discos haviam recebido elogios da crítica, mas tiveram vendas decepcionantes. Sua gravadora deixou claro que, se o próximo lançamento não fosse um sucesso, seu contrato seria encerrado. Foi nesse contexto que nasceu Born to Run, um álbum que o próprio Bruce dizia querer que soasse como “o último disco da Terra”.

O trabalho não apenas salvou sua carreira, mas também marcou o momento em que Springsteen encontrou sua voz artística. Suas letras misturavam os temas clássicos da juventude — sexo, carros, romances — com frustrações, derrotas e dilemas existenciais. O disco ecoava o sentimento da classe trabalhadora americana dos anos 1970, fragilizada pela crise do petróleo e pelas marcas deixadas pela Guerra do Vietnã. Para muitos, foi um grito de liberdade, mas também um retrato cru da realidade de uma geração.

Musicalmente, o álbum foi revolucionário. Embora vendido como rock, Born to Run cruzava gêneros: jazz, soul, rhythm & blues e até influências de musicais da Broadway. Essa fusão deu ao disco uma sonoridade grandiosa, quase cinematográfica, que se destacou em meio ao cenário musical da época. Essa ousadia o consolidou como uma das obras mais influentes do rock.

Passados quase 50 anos, o impacto permanece intacto. Em 2024, Springsteen incluiu seis das oito faixas do disco em seu repertório ao vivo, prova de que essas canções seguem relevantes e poderosas. Para o El País, Born to Run foi mais do que um sucesso comercial: foi o instante em que Bruce deixou de ser apenas uma promessa para se tornar “a voz do homem comum” no rock, criando um legado que atravessa gerações.