Buddy Guy celebra 89 anos com ode ao blues

Lenda viva lança Ain’t Done With The Blues, álbum que revisita tradições, homenageia mestres e aponta caminhos para o futuro do gênero

Aos 89 anos, Buddy Guy segue provando por que é um dos nomes mais importantes da história da música. Seu novo disco, Ain’t Done With The Blues, não é uma despedida, mas uma reafirmação: o blues continua sendo sua força vital. O trabalho reúne colaborações de peso, como Joe Bonamassa, Peter Frampton, Joe Walsh, Christone “Kingfish” Ingram e o coral gospel Blind Boys of Alabama, numa celebração que une gerações em torno do gênero.

O álbum mescla tributos a ícones como BB King, John Lee Hooker e Lightnin’ Hopkins com composições inéditas, percorrendo diferentes vertentes do blues. Há espaço para baladas melancólicas, shuffles tradicionais, faixas dançantes e até momentos de espiritualidade, como em “Jesus Loves the Sinner”, que conta com os Blind Boys of Alabama. Essa diversidade reforça a visão de Guy de que “tudo é blues”, uma música que se confunde com a própria história da cultura negra nos Estados Unidos.

As letras abordam desde injustiças sociais até reflexões pessoais, equilibrando a dureza da experiência de vida com a celebração do legado cultural. A vitalidade de Buddy Guy impressiona: o guitarrista segue em plena forma, transformando cada solo em testemunho da força atemporal do blues.

Mais do que um lançamento, Ain’t Done With The Blues é um documento histórico. Em tempos em que o blues ocupa menos espaço no mainstream, Guy lembra que o gênero permanece vivo e fundamental, sustentando pilares de estilos como o rock, o soul e o R&B. Seu novo álbum é um convite a revisitar essas raízes — e a reconhecer a continuidade de uma tradição que ainda pulsa.