As fitas cassete, que dominaram a forma de ouvir música nos anos 1980, estão vivendo um retorno surpreendente nesta década. O renascimento desse formato, apontado pelo programa de TV Today, é impulsionado por um público jovem que sequer viveu a era dourada das fitinhas, mas que agora as redescobre como parte de um movimento cultural e afetivo.
Um dos exemplos mais emblemáticos dessa tendência é o novo álbum de Taylor Swift, lançado também em versão cassete e responsável por vendas expressivas no formato. O sucesso mostra como grandes artistas podem transformar a nostalgia em estratégia de mercado, conectando gerações distintas em torno de um mesmo objeto musical.
Muito além de uma moda passageira, o ressurgimento do cassete acompanha a tendência de valorização de objetos físicos em um mundo cada vez mais digital. Assim como os discos de vinil, que voltaram ao mercado na última década, as fitas oferecem ao público a sensação de posse, de ritual ao ouvir música e até de exclusividade — já que muitos artistas estão lançando edições limitadas nesse formato.
O fascínio da nova geração também dialoga com a estética retrô que domina redes sociais e séries de TV. Para muitos jovens, ter uma coleção de cassetes não é apenas sobre música, mas também sobre identidade, estilo e memória cultural compartilhada.
Essa retomada revela um paradoxo interessante: enquanto o streaming garante acesso imediato a praticamente todo o catálogo musical da história, cada vez mais pessoas buscam também a experiência lenta, manual e sensorial de apertar o “play” em um toca-fitas. O cassete, antes considerado obsoleto, se transforma em símbolo de conexão emocional com a música e com um tempo em que ouvir um álbum inteiro era um ritual.