Durante sua visita ao Brasil em 1993, Kurt Cobain, na época líder do Nirvana, fez declarações públicas que deixaram claro seu fascínio pela música brasileira, especialmente por Os Mutantes. Em entrevista à MTV Brasil, ele destacou a originalidade e a criatividade do grupo, elogiando sua capacidade de combinar rock psicodélico com experimentações sonoras ousadas.
Além disso, o interesse de Cobain por Os Mutantes chegou além das palavras. Ele redigiu uma carta direcionada a Arnaldo Baptista (um dos fundadores da banda) na qual expressa admiração ao grupo e um alerta poético: “Arnaldo, te desejo o melhor e cuidado com o sistema, eles te engolem e te cospem de volta como o caroço de uma cereja marrasquino. Com amor, Bill Bartell… e Kurt Cobain do Nirvana.” Essas palavras mostram não apenas respeito, mas um reconhecimento afetivo e simbólico da figura artística de Arnaldo e da potência histórica dos Mutantes.
CARTA DO KURT
Esse carinho não passou despercebido. O próprio documentário Lóki – Arnaldo Baptista (2008) traz depoimentos que ressaltam como a admiração de artistas como Kurt Cobain ajudou a reacender o interesse internacional por Os Mutantes, reposicionando-os como referência vivente do experimentalismo global.