A HYBE, empresa sul-coreana responsável por lançar o BTS e transformar o K-pop em fenômeno global, vive um momento cheio de contrastes. Enquanto enfrenta acusações de irregularidades financeiras e disputas judiciais, continua quebrando recordes de faturamento e ampliando sua presença em diferentes partes do mundo.
Nos últimos meses, a companhia esteve no centro de polêmicas que incluem investigações sobre fraudes ligadas à sua estreia na bolsa de valores e até condenações por uso de informações privilegiadas. O fundador da HYBE, Bang Si-hyuk, é um dos nomes investigados, e a situação gerou desgaste na imagem da empresa.
Outro episódio que chamou atenção foi a briga com a produtora Min Hee-jin e o grupo NewJeans, um dos mais populares da nova geração do K-pop. Após acusações e batalhas judiciais, as integrantes tentaram sair da gravadora, mas perderam na Justiça. A HYBE saiu vitoriosa no campo legal, mas sua reputação ficou marcada por comparações a um “valentão de escola”.
Apesar das crises, os números contam outra história. Só no primeiro trimestre de 2025, o faturamento da empresa cresceu quase 40% em relação ao ano anterior, impulsionado por turnês de grupos como SEVENTEEN e TXT, além do sucesso da plataforma Weverse, que conecta artistas a milhões de fãs em todo o mundo. Hoje, a HYBE já não depende exclusivamente do BTS: o grupo, que representava 95% da receita há cinco anos, agora responde por menos de 20%.
A estratégia global também impressiona. A empresa já atua nos Estados Unidos e na América Latina e prepara novas operações na Índia. Em parceria com a Universal, lançou o grupo feminino KATSEYE, formado a partir de uma seleção mundial, e planeja repetir o modelo com um boy group latino.
Ainda assim, o K-pop segue sendo o grande carro-chefe. O retorno do BTS, após o serviço militar obrigatório, e o sucesso do filme Kpop Demon Hunters, da Netflix, mostram que o gênero continua forte. O mercado de shows deve dobrar de tamanho até 2032, e a HYBE está bem posicionada para liderar essa nova fase.
O desafio agora é equilibrar expansão e reputação: crescer sem perder a confiança de artistas, fãs e investidores. Afinal, a HYBE não é apenas uma gravadora – é um símbolo da força do K-pop no mundo.