Mr. Bungle volta ao Brasil com show solo no Rio de Janeiro

Apresentação no Circo Voador marca a força da banda que transformou a música experimental e reforça a inquietude criativa de Mike Patton

A importância do Mr. Bungle na música vai muito além de popularidade ou vendas: desde sua formação em 1985, a banda americana é reverenciada pelo impacto artístico, pela originalidade e por desafiar convenções. Com seu experimentalismo sonoro, que mistura metal, jazz, funk, ska e até trilhas cinematográficas, o grupo se tornou referência para músicos que ousam transitar entre estilos sem barreiras. Agora, depois de três anos sem visitar o Brasil, o Mr. Bungle volta para uma apresentação solo no Circo Voador, no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro, em uma realização da 30e, maior companhia brasileira de entretenimento ao vivo.

O retorno da banda aos palcos brasileiros reforça a devoção de seus fãs e a influência que segue viva entre as novas gerações. Formado originalmente por Mike Patton, Trey Spruance e Trevor Dunn, o Mr. Bungle sempre esteve à frente do seu tempo, rompendo com padrões e criando álbuns cultuados como California (1999) e Disco Volante (1995). Nos últimos anos, o grupo revisitou suas raízes no metal com a regravação de seu demo de estreia, The Raging Wrath of the Easter Bunny (1986), em uma versão renovada com participação de Dave Lombardo (Slayer) e Scott Ian (Anthrax).

Ao lado do peso histórico do Mr. Bungle está a figura multifacetada de Mike Patton, um dos vocalistas mais inventivos do rock contemporâneo. Além de ser conhecido mundialmente como frontman do Faith No More, Patton transita por diferentes linguagens musicais em projetos paralelos. No Fantômas, explora narrativas sonoras quase cinematográficas com experimentalismo radical; no Tomahawk, mescla o peso do rock alternativo com climas obscuros; e no Dead Cross, une hardcore e thrash metal com intensidade bruta. Fora do rock, Patton também assina trilhas sonoras para filmes, gravações de música erudita contemporânea e parcerias improváveis, como o álbum de canções italianas Mondo Cane.

O show no Circo Voador será, portanto, mais do que uma apresentação: será uma oportunidade de testemunhar ao vivo a intensidade de uma banda que sempre expandiu os limites do que se entende por música pesada. Em um espaço histórico da cena carioca, o encontro promete unir fãs veteranos e novos curiosos que reconhecem no Mr. Bungle um capítulo essencial da música experimental.