Pabllo Vittar comemora o acolhimento dos fãs em novos projetos com o sucesso do Club Vittar

A cantora comenta performances como DJ e reflete sobre o lugar que enxerga o pop e a música que faz atualmente

A cantora e drag queen Pabllo Vittar é uma das figuras mais importantes da atual cena da música e cultura brasileira atualmente. Esse sucesso vem de um sólido trabalho que tem feito na própria música e imagem, mas também pela proximidade que criou dos fãs. O público de Pabllo é praticamente uma comunidade com quem a artista interage o tempo todo. O mais novo projeto, Club Vittar, mostra que a criatividade da performance da brasileira tem o apoio de um público apaixonado e disposto a abraçar novas ideias.

O Club Vittar é uma nova proposta performática de Pabllo. A cantora solta o microfone e assume as pick-ups, apresentando um DJ set com curadoria pensada no público que a acompanha e nas referências que tem na carreira. O projeto estreou na abertura do show de Lady Gaga em Copacabana e já teve edições em Belo Horizonte e, mais recentemente, em Brasília.

A ideia surgiu de um lugar pessoal da cantora. “Eu gosto de fazer DJ set, já fazia para os meus amigos e pensei: ‘por que não fazer dessa coisa que eu gosto um projeto?`”, afirma em entrevista ao Musicalidade a convite da 99. Ela entende que essa é uma forma mais íntima de se relacionar com os fãs que a acompanham por todo o país. “Sinto que com isso fico mais perto dos meus fãs”, reflete.

Apesar de preferir não chamar o Club Vittar de show, Pabllo afirma que investe bastante tempo e esforço para que a experiência de proximidade com os fãs seja memorável. “Desde o set, a escolha das músicas e tudo mais eu faço com muito carinho, esmero e com a ajuda do meu produtor e DJ para entregar a performance melhor possível”, conta a artista que vai levar esse trabalho para o máximo de lugares que conseguir. “Tenho datas do Club Vittar até dezembro em vários lugares do Brasil”, completa.

A atenção dada ao projeto tem rendido elogios tanto dos fãs quanto da mídia especializada sobre o projeto. “Eu fico muito feliz de ter esse retorno positivo dos meus fãs de um pouco de tudo que eu faço”, comemora a cantora que entende que tem sido abraçada porque está mostrando a própria verdade. “Acho que o público tem abraçado as coisas que eu faço, porque é genuíno, vem de mim”, analisa.

Pabllo Vittar afirma que se sente eleita pelos fãs por todo carinho que recebe, mas não são apenas os apaixonados pela artista que elegem. Recentemente o álbum Batidão Tropical, lançado pela cantora em 2021, entrou em oitavo lugar na lista da sucursal brasileira do veículo Esquire dos 20 discos mais importantes dos anos 2020 até agora. Ou seja, o trabalho da artista é entendido como inspiração para os novos tempos da música.

Ela entende a relevância que tem estar em uma lista como esta, mas tenta entender esse lugar de inspiração com leveza. “Para mim é muito natural o processo de saber que meu trabalho inspira as pessoas, porque existem álbuns que me inspiraram durante toda minha vida também, seja por conta das letras ou por me relacionar com as vivências que estão sendo cantadas”, explica.

No entanto, Pabllo também enxerga que é uma vitória da carreira trazer o público para perto da própria origem musical. “Essa aproximação do público com a minha música, principalmente com o trabalho que tem um aspecto mais regional, me deixa muito feliz. Porque eles estão se aproximando da minha verdade, o que eu gosto mesmo de fazer. Essa é quem a Pabllo é”, exalta. A cantora enxerga que acaba exercendo o papel de manter memórias culturais vivas. “Eu fico muito feliz de ser inspiração para outras gerações a não deixar esses tipos de música morrer e a não perder a vontade mostrar a própria verdade”, complementa.

O fato dessa mistura de estilos musicais da artista ter sido abraçado pelo mainstream faz com que Pabllo coloque a própria história dentro do pop e dialoga diretamente com o entendimento da intérprete sobre o gênero que faz parte. “A música pop vem muito do que é popular e do que está mais palatável para as pessoas no momento ou mais fácil de discernir no momento”, avalia a cantora que tenta sempre fazer isso da própria forma. “Eu gosto de fazer uma música sobre conexão, sobre dividir algum neurônio durante aqueles três minutos”, explica.

Esse formato de música que bebe do forró, tecnobrega e estilos regionais tem forte apelo no que tem feito sucesso nacionalmente. Porém, prefere não ocupar e não se sente confortável no lugar de liderança de uma cena. “Eu não gosto de falar que eu encabeço nada, porque sei que antes de mim veio muita gente. Porém, eu entendo e me sinto muito honrada em, entre tantas pessoas tão talentosas que fazem música do Brasil, ser escolhida pelo público”, diz.

A popularidade de Pabllo está muito ligada à versatilidade que ela tem como artista. Além do pop, dos ritmos regionais e, agora, dos DJs sets, a artista já se aventurou no rock, funk e em participações em diversas vertentes do eletrônico. Isso faz com que a cantora seja bem vinda tanto em um dia de festival ao lado de Joelma, como foi no Na Praia em Brasília, como em uma passagem pelo palco do Bring Me The Horizon, como também já vez na turnê da banda pelo Brasil em 2022.

Desde que faz sucesso, por sinal, a cantora participou em diversos momentos de shows em eventos e festivais a convite de outros artistas. “Eu recebo com honra esse papel de presença requisitada por artistas em festivais, muitos em eventos dos quais eu nunca tive meu show próprio e isso é de se questionar”, pondera Pabllo que se vê por vezes em um papel de abrir as portas para si mesma. “Eu quero ocupar esses espaços, por isso eu não me furto de participar desse shows, porque sinto que é um espaço que preciso estar também”, crava.