Pagode conquista a Geração Z e desbanca o sertanejo nas paradas

Com Tardezinha, Numanice e Menos é Mais, o gênero se reinventa, conquista bilhões em faturamento e streamings, e assume a liderança nas plataformas após sete anos de domínio sertanejo.

O pagode vive um momento histórico no Brasil. Impulsionado por grandes projetos como Tardezinha, de Thiaguinho, Numanice, de Ludmilla, e o grupo Menos é Mais, o gênero reconquistou protagonismo e se tornou o favorito da Geração Z, ultrapassando o sertanejo nas paradas nacionais. A fórmula envolve inovação, representatividade, experiências imersivas e uma forte presença digital, que resultaram em números impressionantes.

A trajetória de Thiaguinho com a Tardezinha é um exemplo emblemático. O projeto já movimentou R$ 1,8 bilhão, reuniu mais de 750 mil pessoas em 2023 e se consolidou como a maior turnê do país, lotando estádios e levando o pagode a um patamar de espetáculo coletivo. Mais do que um show, a Tardezinha se transformou em uma marca que une nostalgia, festividade e pertencimento.

No caso de Ludmilla, o impacto veio com a série de álbuns Numanice, que elevou a artista ao topo das paradas e lhe rendeu um Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode. O projeto conquistou platina, foi o mais transmitido de 2024 e levou a cantora a ultrapassar 2 bilhões de streams no Spotify. Com uma estética sofisticada e protagonismo feminino e negro, Ludmilla abriu caminho para uma nova leitura do pagode, conectada à diversidade e à identidade da nova geração.

Já o grupo Menos é Mais se tornou símbolo da viralização digital. A versão em pagode de “Corazón Partío” foi a música mais ouvida no Brasil no primeiro semestre de 2025, com mais de 500 milhões de reproduções, além de consolidar o grupo como fenômeno no YouTube, onde seu projeto “Churrasquinho” já ultrapassa 1 bilhão de visualizações. A simplicidade estética e a força emocional das regravações conquistaram o público jovem, ávido por autenticidade e conexão direta.

Com esses marcos, o pagode não apenas se renovou, mas também superou o sertanejo após sete anos de hegemonia, segundo rankings da Pro-Música Brasil e das principais plataformas de streaming. Um movimento que reflete as transformações culturais do país e a preferência da Geração Z por experiências genuínas, representativas e digitalmente engajadas.