Há três décadas, a Palavra Cantada embala brincadeiras, despedidas e descobertas de crianças em todo o Brasil. Fundada por Sandra Peres e Paulo Tatit em 1994, a dupla criou um universo lúdico em que canções como “Sopa”, “Pé com Pé”, “Rato” e “Tchau, Tchau” se tornaram parte do repertório afetivo das famílias. Mais do que entretenimento, essas músicas são ferramentas pedagógicas: desde o álbum Canções de Brincar (1996), educadores utilizam as composições para estimular linguagem, coordenação motora e imaginação.
Em 2025, a trajetória foi celebrada com a exposição Ocupação Palavra Cantada, no Itaú Cultural, em São Paulo, que reuniu objetos, vídeos e registros da carreira. A data coincidiu com a turnê Palavra Cantada 30 anos, que estreou em 17 de agosto no Qualistage, no Rio de Janeiro, e viaja pelo país apresentando os grandes clássicos e músicas do álbum mais recente, Cenas Infantis. A proposta do espetáculo é dividir o repertório em blocos temáticos, costurando uma música à outra para que o público reviva sucessos sem intervalos.
Os números explicam a dimensão desse legado: em três décadas, a dupla compôs 430 músicas autorais, vendeu mais de 2 milhões de álbuns e 1 milhão de DVDs. No YouTube, o canal oficial acumula 3,9 milhões de inscritos e 2,8 bilhões de visualizações, com média de 2 milhões de acessos por dia. O sucesso nas plataformas digitais reafirma que a música infantil pode ser duradoura e relevante, atravessando gerações.
Sandra e Paulo reforçam que a essência da Palavra Cantada continua a mesma: valorizar a infância e dialogar com educadores e famílias. A homenagem de 30 anos não marca um ponto final, mas um impulso para novas criações. Como diz a própria dupla, “festejar nunca é demais”— e, com um repertório tão vasto e querido, há muito o que celebrar.