O recente processo movido por Andy Summers e Stewart Copeland contra Sting, ex-companheiros no The Police, mostra um drama que vai muito além do rock: a disputa por dinheiro e créditos em músicas famosas. Os músicos alegam que perderam milhões em royalties de sucessos como Every Breath You Take, que até hoje rende cerca de meio milhão de libras por ano só para Sting. O caso chama atenção porque, para o público, o hit é da banda; mas no papel, pertence apenas a quem assina a composição.
Esse tipo de briga não é novidade. No Brasil, o RPM viveu batalhas judiciais intensas sobre a divisão de direitos, e a Legião Urbana ainda tem disputas entre o herdeiro de Renato Russo e os ex-integrantes sobre o uso do nome e do repertório. No exterior, duplas consagradas como Simon & Garfunkel e Hall & Oates também transformaram parcerias de décadas em conflitos nos tribunais.
O que está em jogo, para além da vaidade, é a forma como a indústria da música funciona: quem assina a letra ou a melodia principal fica com a maior fatia dos ganhos, enquanto os outros integrantes muitas vezes recebem apenas pelos shows. Isso significa que, quando a banda acaba, a conta continua chegando — mas de maneira desigual.
Essas disputas são um lembrete incômodo de que, atrás dos hits que marcaram gerações, existe um negócio cheio de brechas legais. E que, no fim, até as bandas mais icônicas podem acabar tocando sua última canção não no palco, mas nos tribunais.