A trajetória de Reneé Rapp chama atenção pela versatilidade. Nascida na Carolina do Norte em 2000, a artista iniciou sua carreira no teatro musical, alcançando reconhecimento precoce como Regina George na versão da Broadway de Mean Girls. Sua voz potente e presença de palco garantiram não apenas a transição para o cinema, mas também a oportunidade de investir em uma carreira musical própria.
Seu segundo álbum de estúdio, Bite Me, marca um momento decisivo nessa transição. O disco apresenta uma artista dividida entre as raízes no teatro e a busca por identidade no pop mainstream. Se por um lado há faixas que exploram o pop punk e a intensidade vocal de Rapp, por outro existe uma aproximação com produções radiofônicas, mais palatáveis para o grande público.
A escolha estética coloca a cantora em um ponto intermediário dentro da cena atual. Comparações com Olivia Rodrigo e Sabrina Carpenter são inevitáveis, especialmente pela proximidade geracional e temática. No entanto, Rapp ainda parece buscar um equilíbrio entre sua persona teatral e a vulnerabilidade que o público espera de uma estrela pop em ascensão.
Mesmo assim, Bite Me reforça aspectos importantes de sua identidade. Rapp assume sua sexualidade de forma aberta, cantando sobre experiências lésbicas em um cenário que ainda carece de maior representatividade. Ao expandir essa narrativa para o pop, ela ocupa um espaço relevante, mesmo que sua consolidação definitiva como cantora ainda dependa dos próximos passos.