Rob Halford, o “Deus do Metal”: do palco do Black Sabbath a um possível álbum de jazz

Vocalista do Judas Priest era o único autorizado por Ozzy a substituí-lo no Sabbath e hoje se afirma também como ícone LGBTQIA+ do heavy metal

Rob Halford, vocalista do Judas Priest e conhecido mundialmente como o “Metal God”, construiu uma carreira marcada pela ousadia artística, pela quebra de barreiras e pela voz que moldou o gênero. Sua importância pode ser medida não apenas nos álbuns clássicos que gravou com o Judas Priest, mas também em episódios históricos, como a noite em que substituiu Ozzy Osbourne no Black Sabbath — feito que ninguém mais teve o privilégio de realizar.

Segundo informações de Igor Miranda na Rolling Stone Brasil, o episódio aconteceu em 2004, durante o Ozzfest em Camden, nos Estados Unidos. Ozzy foi diagnosticado com bronquite e não poderia cantar. Sua esposa e empresária, Sharon Osbourne, recorreu a Halford, que topou o desafio poucas horas antes do show. O cantor britânico subiu ao palco e assumiu o microfone em músicas como War Pigs, Iron Man e Paranoid. Apesar da tensão inicial com o público, Halford transformou o que poderia ser um fiasco em um momento lendário, reafirmando sua estatura como um dos grandes frontmen da história do rock.

Esse tipo de respeito não surgiu por acaso. Nascido em Birmingham — mesma cidade do Black Sabbath —, Halford entrou para o Judas Priest em 1973 e ajudou a fundar o som e a estética do metal moderno. Álbuns como British Steel (1980), Screaming for Vengeance (1982) e Painkiller (1990) se tornaram referências do gênero, impulsionados pela potência de sua voz e pelo visual icônico de couro, correntes e motos que virou marca registrada. A canção Metal Gods, lançada em 1980, consolidou o apelido que os fãs carregam até hoje: o “Deus do Metal”.

Além da contribuição musical, Halford tornou-se também um símbolo de coragem ao assumir publicamente sua homossexualidade em 1998, quebrando barreiras dentro de um universo frequentemente conservador. Desde então, é reconhecido como um dos maiores ícones LGBTQIA+ da música pesada, inspiração para fãs que encontraram nele não apenas um líder no palco, mas uma voz de autenticidade e representatividade.

Mais recentemente, Halford surpreendeu ao revelar, em entrevista à Classic Rock & Culture, que considera gravar um álbum de jazz. Inspirado por nomes como Tony Bennett e até pelo trabalho de Lady Gaga em Las Vegas, o cantor afirmou que sente liberdade para explorar