Streaming musical ganha força nas assinaturas no Brasil

Pesquisa aponta que 45% dos consumidores optam por serviços de áudio, com planos familiares representando 60% das escolhas

O mercado brasileiro de assinaturas digitais mostra que o streaming de música está consolidado como um dos principais hábitos de entretenimento. A Pesquisa de Assinaturas 2025, realizada pela Vindi em parceria com o Opinion Box com 2.023 consumidores de todas as regiões do país, aponta que 45% dos entrevistados mantêm assinaturas de plataformas de áudio, fazendo do segmento o segundo mais popular — atrás apenas do streaming de vídeo, que alcança 73% das preferências.

O estudo revela que o formato plano familiar se tornou a forma predominante de acesso. Entre os assinantes de áudio, 60% optam por pacotes compartilhados, enquanto nos serviços de vídeo essa taxa chega a 80%. A adesão a planos coletivos é reflexo do valor percebido e da realidade socioeconômica brasileira, em que dividir custos com a família é prática comum.

Outro comportamento que chama atenção é a queda no compartilhamento de senhas com pessoas que não residem no mesmo endereço: a proporção de usuários que admitem emprestar login caiu de 56% para 49% em um ano. Especialistas atribuem esse recuo às políticas restritivas implementadas pelas plataformas, que têm incentivado a criação de contas familiares oficiais.

Na avaliação dos consumidores, a qualidade da experiência é o fator mais decisivo para manter uma assinatura (30%), seguida pelo custo-benefício (20%) e por benefícios exclusivos, como conteúdo antecipado ou descontos (26%). Apesar disso, a insatisfação ainda é elevada: 49% já cancelaram algum serviço por não atender às expectativas, e 39% reconhecem que usam pouco o que assinam.

O levantamento também aponta uma mudança nos meios de pagamento. O cartão de crédito continua dominante, respondendo por 69% das transações, mas o Pix já representa 13% e cresce especialmente entre os mais jovens. A pesquisa indica que a popularização do Pix programado e parcelado deve aumentar ainda mais esse percentual nos próximos meses. O débito automático, por sua vez, responde por 8% e mantém relevância entre quem prefere maior controle de gastos.

Os números demonstram que o streaming musical, embora ainda atrás do vídeo em participação, consolida-se como pilar do consumo digital no Brasil. A combinação de planos familiares acessíveis, melhoria da experiência e expansão de métodos de pagamento aponta para um mercado de assinaturas cada vez mais maduro e diversificado.