Em um dos momentos mais icônicos da Vans Warped Tour, na Califórnia, Tony Hawk subiu ao palco para cantar com a banda Goldfinger a música “Superman”, imortalizada como tema do jogo Tony Hawk’s Pro Skater. A cena foi carregada de nostalgia, mas também serviu como lembrete de algo maior: o impacto que esse jogo teve não apenas no mundo dos videogames, mas também na difusão de um gênero musical inteiro.
Lançado em 1999, Tony Hawk’s Pro Skater foi um marco cultural. Sua jogabilidade inovadora aproximou o skate de milhões de jovens ao redor do mundo, mas foi a trilha sonora que elevou a experiência a outro patamar. Canções de Goldfinger, Dead Kennedys, Suicidal Tendencies e Rage Against the Machine apresentaram o skate punk, o hardcore e o rock alternativo para uma geração que talvez nunca tivesse cruzado com essas bandas fora do console. Mais do que música de fundo, cada faixa era combustível para a adrenalina do jogo — um casamento perfeito entre som e ação.
O impacto foi tão grande que muitos artistas tiveram sua carreira impulsionada pela presença no game. O Goldfinger, por exemplo, se tornou um símbolo do skate punk justamente porque “Superman” virou sinônimo do espírito irreverente e enérgico da época. Para o público jovem, o jogo funcionava como uma verdadeira curadoria musical: era comum descobrir uma banda jogando e, depois, correr atrás de CDs e fitas cassete para ouvir mais.
Hoje, olhando em retrospecto, Tony Hawk’s Pro Skater mostra como um videogame pode ser uma porta de entrada para universos culturais inteiros. Ele consolidou uma cena, deu visibilidade a bandas independentes e ajudou a moldar o gosto musical de uma geração.