A playlist recém-lançada pelo Spotify pode ser lida como um mapa da música brasileira em 2025. De um lado, o trap se firma como linguagem dominante entre os jovens, com nomes como Kyan, Veigh e Ryu The Runner puxando colaborações de peso. De outro, o sertanejo segue consolidado como gênero de maior alcance, com artistas como Simone Mendes e Zé Neto & Cristiano reafirmando sua hegemonia nos palcos.
Entre esses polos, a MPB surge renovada por vozes femininas como Rachel Reis, Luedji Luna e Julia Mestre, que atualizam tradições ao trazerem novas narrativas e sonoridades. Essa diversidade mostra que a cena não é monolítica: enquanto o piseiro e o forró ocupam o espaço popular, o rap e o funk experimentam fusões que ampliam suas fronteiras.
A força das colaborações também chama atenção: muitas faixas da seleção reúnem artistas de diferentes trajetórias, criando pontes entre gerações e públicos. Isso reforça o caráter coletivo da produção musical atual, em que conexões criativas se tornam centrais para a inovação.
Mais do que uma simples lista de destaques, a seleção editorial se posiciona como uma radiografia do presente. É o retrato de um país que, em sua pluralidade, transforma diversidade em potência cultural — e encontra na música uma de suas principais formas de expressão.