Videoteca Musicalidade: Madonna

Cinco videoclipes icônicos mostram como a rainha do pop reinventou a música e a estética do pop

Madonna Louise Ciccone, conhecida mundialmente apenas como Madonna, é uma das artistas mais influentes da música pop. Desde o início de sua carreira nos anos 1980, ela se destacou não apenas pela voz marcante, mas também pela capacidade de se reinventar e provocar debates culturais por meio de sua música e estética visual. Dona de uma trajetória que atravessa décadas, Madonna consolidou‑se como ícone global ao combinar pop, dance, rock e moda — e os videoclipes foram fundamentais nessa construção.

“Like a Virgin” (1984)

Lançado em 1984, o videoclipe de “Like a Virgin” acompanha Madonna vestida de noiva, vagando por Veneza, intercalada com cenas sensuais em um quarto. A canção e o clipe foram impulsionados pela performance ousada no MTV Video Music Awards de 1984; a artista emergiu de um bolo de noivas cantando e simulando um desmaio, o que consolidou o single e a própria Madonna no imaginário pop.

“Material Girl” (1985)

No ano seguinte, a cantora brincou com a sua imagem no clipe de “Material Girl”. O vídeo reproduz a coreografia de Marilyn Monroe em “Diamonds Are a Girl’s Best Friend”, com Madonna cercada por homens em um cenário luxuoso e em tons de rosa. A sátira ao consumismo e a homenagem à diva do cinema ajudaram a firmar Madonna como um dos maiores ícones dos anos 1980, mostrando que ela podia mesclar irreverência e crítica social sem perder o apelo pop.

“Like a Prayer” (1989)

Em 1989, Madonna provocou debate global com “Like a Prayer”. Dirigido por Mary Lambert, o clipe conta a história de uma jovem que testemunha um crime, procura refúgio numa igreja e beija um santo de pele negra. As imagens de cruces em chamas e sangue escorrendo pelas mãos deram ao vídeo um tom sacrílego, levando grupos religiosos a protestar; a American Family Association e o Vaticano chegaram a convocar boicotes ao álbum. Apesar da controvérsia — ou por causa dela —, o vídeo elevou Madonna a um novo patamar artístico, demonstrando que o pop podia ser usado para discutir temas raciais e religiosos.

“Vogue” (1990)

A entrada na década de 1990 trouxe outro marco visual. Em “Vogue”, dirigido por David Fincher, Madonna aparece em preto e branco em poses de Hollywood clássico, ao lado de dançarinos da cultura ballroom nova‑iorquina. O clipe popularizou o “voguing” — dança que surgiu nas comunidades negras e latinas LGBTQ+ — e consagrou a artista como pioneira em dar visibilidade a subculturas queer. O vídeo dominou a programação da MTV e impulsionou o single ao topo das paradas em vários países, tornando‑se um dos momentos mais celebrados da carreira de Madonna.

“Hung Up” (2005)

Duas décadas depois, Madonna mostrou que ainda podia ditar tendências. O vídeo de “Hung Up” foi dirigido por Johan Renck e presta tributo a John Travolta e aos filmes de dança dos anos 1970. Começa com a cantora sozinha em um estúdio vestindo collant rosa e segue por diferentes cenários — de um salão de jogos ao metrô de Londres — enquanto pessoas de várias nacionalidades exibem seus passos. A canção, que sampleia “Gimme! Gimme! Gimme!” do ABBA, foi lançada como a primeira faixa de Confessions on a Dance Floor; para obtê-la, Madonna enviou pessoalmente uma carta aos compositores Benny Andersson e Björn Ulvaeus, que raramente liberam seus trechos.