A escolha da MTV em homenagear Mariah Carey com o Video Vanguard Award no VMA 2025 não é apenas um reconhecimento da importância de sua videografia ou da sua trajetória como ícone pop. É também um marco simbólico na carreira da artista, que há mais de três décadas se equilibra entre recordes históricos e reinvenções necessárias.
Mariah é a artista solo com mais números 1 na Billboard Hot 100 (19 no total), dona de uma voz lendária e de videoclipes que ajudaram a definir os anos 1990 e 2000. O prêmio consolida sua imagem não apenas como cantora, mas como criadora de narrativas visuais que moldaram a cultura pop — de “Honey”, que inaugurou sua fase mais ousada, até “Obsessed”, que virou fenômeno de memes anos depois. Nesse sentido, o Vanguard chega em um momento estratégico, alinhado ao anúncio de seu 16º álbum de estúdio, Here For It All, e reforça sua relevância no presente, não só no passado.
O retorno ao palco do VMA, após duas décadas, também é um gesto de “ciclo completo”: em 1997, Mariah foi quem entregou o mesmo prêmio a LL Cool J, e agora recebe a honraria diante de uma geração que cresceu tanto com seus clássicos quanto com seu status de referência cultural. Para a indústria, sua homenagem é também um lembrete do poder que artistas veteranos têm em revitalizar sua imagem com grandes palcos globais. Em tempos em que o mercado se move pelo streaming e pelas redes sociais, esse tipo de consagração televisiva ainda funciona como catalisador de relevância midiática.
Mais do que uma celebração, o Vanguard coloca Mariah Carey em evidência em um ponto crucial de sua carreira. Entre um passado imbatível e um futuro que busca diálogo com novas audiências, a homenagem mostra que, no pop, legado e atualidade não precisam andar separados — especialmente quando se trata de uma artista que transformou não apenas a música, mas também a forma como ela é vista, narrada e celebrada.